terça-feira, 22 de novembro de 2011

Será que sou médium?

Será que sou médium?















Será que sou médium?


Essa é a dúvida de grande parte das pessoas que começam a frequentar um terreiro de Umbanda ou tem contato com essa religião de alguma forma. Para responder a esta pergunta vou recorrer primeiro ao dicionário que diz o seguinte sobre “médium”:

médium (francês médium) s. m. Pessoa que pode (na opinião de alguns) servir de intermediária entre os vivos e os espíritos.Plural:médiuns.“médium”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2010, [consultado em 24-05-2011].


Pode-se notar que o significado da palavra “médium” é bastante abrangente e não refere-se apenas aos que, na Umbanda, trabalham incorporando espíritos e dando consulta nos terreiros, mas sim à vários graus de consciência e sensibilidade. Isso significa que existem pessoas que tem um grau de sensibilidade e consciência onde é possível incorporar espíritos e trabalhar dando consultas, mas estes são os casos, por incrível que pareça, mais incomuns pois, na minha opinião, todos somos médiuns. Existem médiuns, por exemplo, que tem uma sensibilidade maior para a psicografia (como é o caso de Chico Xavier, o médium mais conhecido do Brasil), outros tem uma sensibilidade maior para a energização (também conhecidos como passes), outros possuem uma sensibilidade mais apurada no campo da vidência ou visões e existem vários outros campos onde a mediunidade é mais desenvolvida em uns e menos desenvolvida em outros e nunca, em hipótese alguma um “tipo” de médium é mais “forte” que o outro ou menos importante que outro.Deixo aqui claro que cada grau de sensibilidade dos médiuns é de extrema importância dentro dos trabalhos da Umbanda ou de todas as religiões que trabalham diretamente com a comunicação com os espíritos pois, vejamos o caso da Umbanda: Na Umbanda existem os médiums de incorporação, que na hora da sessão “emprestam” os seu corpo para que os espíritos de luz possam vir nos auxiliar; os médiuns que são responsáveis por tocar os pontos de evocação das entidades e Orixás (os Ogãs ou Curimbas) que tem um papel fundamental para o equilíbrio das energias em um terreiro; os médiuns responsáveis por interpretar o que as entidades estão dizendo, auxiliando na comunicação direta entre a entidade e os consulentes, os chamados Cambones ou Cambonos; os médiuns de concentração ou energização que são responsáveis por manter a harmonia das energias dentro de um terreiro, auxiliando no firmamento da corrente, enfim, são vários médiuns com vários níveis de sensibilidade e mais aptos a realizar seus trabalhos e a soma de todos, em perfeita harmonia, fazem a Umbanda.
Sim, você é um médium, tem um dom e descobri-lo o quanto antes irá lhe auxiliar muito no que diz respeito à sua evolução espiritual. Estamos lhe esperando com os braços abertos e ansiosos para que essa sua energia boa e toda essa sua luz faça parte de nossa corrente de amor e respeito pelo próximo. Seja bem vindo à Umbanda.
Saravá!



domingo, 20 de novembro de 2011

aqui tem o video para vocês vêr como é a giras

mais não é da Tenda Espirita de São Cosme e São Damião

Gira dos Caboclos - Saudação a Cabocla Jurema



Primado do Brasil - Subida do Caboclo da Mangueira - 2010

UMBANDA (FESTA DO PAI OGUM MEGÊ)



AQUI É UMA ENTREVISTA, PARA ÁS PESSOAS TIRAR O PRECONCEITO DE UMBANDA E CANDOMBLÉ

DIVERSIDADE CULTURAL - CONHECENDO A MACUMBA, UMBANDA E CANDOMBLE - VOLUME 1







OLHEM O SAITE DO TERREIRO QUE EU VOU

O NOME DO TERREIRO É : TENDA ESPÍRITA DE UMBANDA SÃO COSME E SÃO DAMIÃO
http://www.cosmedamiao.com.br
endereço: Jundiaí SP  

Os Orixás

Os Orixás não são Deuses como muitas pessoas podem conceber como em outras religiões, mas sim Divindades criadas por um único Deus: Olorun (dentro da corrente Nagô) ou Zamby (dentro da corrente Bantu e das correntes sincréticas).
Na UMBANDA (de uma maneira geral, pois existem variações referentes às diversas ramificações existentes), os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, ARUANDA,  que na Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confundindo-se a força da natureza com o próprio Orixá):

Exu: o mensageiro, o ponto de contato entre os Orixás e os seres humanos;
Oxalá: o senhor da força, o senhor do poder da vida.
Oxum: as águas doces;
Iemanjá: a rainha dos peixes das águas salgadas;
Iansã: os ventos, chuvas fortes, os relâmpagos;
Xangô: a força do trovão e o fogo provocado pelos relâmpagos quando (diz uma lenda que "sem Iansã, Xangô não faz fogo ... ") chegam 'a Terra;

Ogum ou Ogun: senhor dos caminhos; os desbravador dos caminhos; senhor do ferro;
Oxossí: o Orixá Odé, o Orixá caçador, senhor da fartura 'a mesa, senhor da caça;
Ossãe: o Orixá das folhas e, sem folhas, nada é possível na Umbada ou no Candomblé; o dono, preservador, das matas e florestas, das folhas medicinais, das ervas de culto;
Obá: a guerreiro, a força da libertade;
Nanã: senhora do lodo, das águas lodosas da junção entre o rio e o mar, fonte de vida, e também senhora da morte;
Obaluayê: "O dono da Terra, o Senhor da Terra"; o Orixá das doenças, senhor dos mortos (pois conta uma lenda que Obaluayê foi o único Orixá que dominou a morte, Iku); é aquele que tira a doença, mas também aquele que dá a doença.
Oxumaré: é o Orixá do arco-íris, um dos pontos de ligação entre o Aye (a Terra) e o Orun (o Céu); também representa a fartura, o bem estar.

A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais, são seus protegidos e uma parte das emanações do próprio Orixá, presentes no Orí ou Camatuê (Cabeça) desses filhos.
Orixá, dentro do culto Umbandista (de uma maneira geral) não são incorporados (não se incorpora o fogo de Xangô, os ventos de Iansã, as águas doces de Oxum ...).  O que se vê dentro dos vários terreiros, centros, tendas etc, são os Falangeiros dos Orixás (ou também conhecidos como encantados); ou seja, Espíritos (não reencarnacionais) de grande força espiritual (de grande Luz, como alguns gostam de falar) que trabalham sob as Ordens de um determinado Orixá.
Os Falangeiros são os representantes dos Orixás, e, em muitos casos, a essência dos próprios Orixas manifestada nos médiuns, pois sua força é a emanação pura dos Orixás (ou como alguns dizem: são a vibração virginal dos Orixás). Sendo assim, eles podem incorporar nos médiuns, em seus “cavalos”, e mostram sua presença e sua força em nome de um Orixá. Porém, são frágeis (o médium pode perder sua sintonia muito facilmente) e exigem muito dos médiuns, não podendo permanecer por muito tempo em Terra. Podemos utilizar como exemplos de falangeiros:



Ogum
Falangeiros de Ogum
·        Ogum Beira-Mar
·        Ogum Megê
·        Ogum Sete Ondas
·        Ogum Sete Espadas
·        Ogum Iara
·        Ogum Matinata
·        Ogum Rompe-Mato

Em algumas ramificações da Religião de Umbanda (nas Umbandas de Caboclo, Umbanda branca, Umbanda esotéria e nas Umbandas voltadas ao Espiritismo ou Kardecismo) que não trabalham diretamente com os Orixás , na forma de Falangeiros de Orixás (não estão ligados a uma corrente africana), o trabalho com os Orixás é feito com os Guias (Espíritos reencarnacionais, pois já tiveram vida corpórea) chamados "Capangueiros de Orixás", ou seja, são Guias (entidades que falam, bebem, fumam, dão consultas ...) que vêm na vibração ou emanação daquele Orixá. Na maioria das vezes, são Caboclos que cumprem essa função e carregam o nome do Orixá junto ao deles, como:
Caboclo Ogum Iara;
Caboclo Ogum Sete Espadas;
Caboclo Ogum Beira-mar;
Caboclo Xangô das Matas;
Caboclo Xangô Sete Pedreiras ...

Existem casos (talvez por isso cause tanta confusão) que os médiuns não colocam a palavra caboclo na frente do nome do Capangueiro, e acaba saindo Ogum Iara, Ogum Sete Espadas, em vez de Caboclo Ogum Iara, Caboclo Ogum Sete Espadas ... Isso confunde as pessoas e elas acabam achando que estão trabalhando com um Orixá, que o Orixá bebe, fuma, dá consultas etc. Porém, o que está se manifestando alí (com grande força e beleza), são Guias, são os Capangueiros.
Então como diferenciar os Falangeiros dos Orixás e os Guias Capangueiros dos Orixás?
É simples. Os Falangeiros dos Orixás não falam, não bebem, não fumam (na grande maioria dos casos), não dão consultas, e estão vinculados à casas de corrente Africana (casas de Umbanda com fundamentos como feitura, camarinha, boris, obrigações, oferendas, cortes ...). Trabalham na harmonização do terreiro, afastando cargas e no desenvolvimento e equilíbrio dos médiuns. Já os Guias Capangueiros dos Orixás dão consultas, fumam, bebem, e falam (interagem) com os assistenciados (e as casas em que trabalham, em sua grande maioria, não estão vinculados à corrente Africana diretamente).
Só lembrando que todos os guias (Pretos-velhos, Caboclos, Crianças, Boiadeiros, Marinheiros, Baianos, Exus / Pombogiras, ...) trabalham sob as ordem de um Orixá e também podem ser considerados como "Capangueiros". A diferença entre eles e os Guias Capangueiros dos Orixás é que eles não carregam em seus nomes o próprio nome do Orixá de trabalho.
Dentro da cultura Afro-brasileira é considerada a existência de uma “vida passada na Terra”, na qual os Orixás teriam entrado em contato direto com os seres humanos, aos quais passaram ensinamentos diretos e se mostraram em forma humana.
Essa teria sido uma época muito distante na qual o ser humano necessitava da presença física dos Orixás (um estado presencial em forma humana), pois o ser humano ainda se encontrava em um estágio muito primitivo, tanto materialmente como espiritualmente.

Após passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua essência e representatividade nas forças da natureza.

Em algumas correntes Umbandistas ditas sincréticas há a associações entre Oxalá e Jesus Cristo, entre Santo Antônio e Exu, entre Santa Bárbara e Iansão, entre São Jorge e Ogum ... E isso acabaou virando "uma simbiose Espiritual, uma apropriação simbólica", em que a imagem do Santo Católico apenas representa um Orixá, mas não é o Orixá; é apenas um símbolo, uma referência material e a apropriação da data de comemoração do Santo para se louvar o Orixá. Entendendo assim, que não se "baixa" São Jorge em umo terreiro, não se baixa Santa Bárbara, mas sim, o Orixá, que é representado com a imagem do Santo.
Em alguns terreiros de Umbanda a associação sincrética (não em todos) acabau virando transmutação religiosa. Esses terreiros de Umbanda acreditam que Oxalá é Jesus e utilizam toda uma forma doutrinária voltada ao Cristianismo. Uns até utilizam a Bíblia e, outros, o Evangelho Segundo o Espiritismo em sua doutrina e estudos. Daí acabou surgindo as correntes que se auto denominam como "Umbanda Cristã" ou "Umbandista Cristã".
Os Orixás e seus dias de comemoração (sincretismo Afro-Católico):
Orixá
Sincretizado Como:
Comemoração
Exu*
Santo Antônio
13 de Junho
Iansã
Santa Barbara
4 de Dezembro
Iemanjá
Nossa Senhora da Glória
15 de Agosto
Nanã
Nossa Senhora de Sant'Anna
26 de Julho
Oba
Joana d'Arc
30 de Maio
Obaluayê
São Roque
16 de Agosto
São Jorge
23 de Abril
Oxalá
Jesus Cristo
25 de Dezembro
Omulu
São Lázaro
17 de Dezembro
Oxossi
São Sebastião
20 de Janeiro
Oxum
Nossa Senhora da Conceição
8 de deDezembro
Oxumaré
São Bartolomeu
24 de Agosto
Xangô
São Jerônimo
30 de Setembro
O Orixá Exu não é sincretizado como o Diabo Judaico-Cristão.
Exu não é Diabo e nunca foi. Isso foi uma invenção doentia que ainda macula o bom nome da religião de Umbanda
.

A UMBANDA é dividida em linhas. Cada uma delas com um chefe, um Orixá que a comanda. E cada linha é dividida em falanges:
As 7 Linhas das Umbanda:
As linhas representão os grupamentos dos Orixás e seus falangeiros que atuam dentro da Umbanda.
Não existe uma ortodoxia dentro da Umbanda. Assim, existem diversas representações das 7 linhas, e, em algumas correntes, já citam a possibilidade de existirem não 7, mas 9 linhas, ou mesmo 14 linhas.
Existe um concenso de 5 linhas fixas (Oxalá, Xangô, Ogum, Yemanjá e Oxossi) e duas linhas variáveis que serão ocupadas de acordo com os fundamentos doutrinários oriundos de cada forma doutrinária de Umbanda.
Dentro do trabalho da "Umbanda de pretos-velhos", as linhas assim estão dispostas:
LinhaOrixás componentes à linhaFalangeiros ou falange subordinada
Linha de OxaláTodos os OrixásGuias Flangeiros de Oxalá, guias mais comuns: Pretos-Velhos, Caboclos e Crianças.
Linha de Iemanjá ou Yemanjá
Oxum, Nanã, Obá e Oxumaré
Marinheiros, Sereias, Ondinas, Caboclos de Iemanjá, Falangeiros do Orixá Iemanjá, Guias Falangeiros de Iemanjá.
Linha de XangôIansãFalangeiros do Orixá Xangô, Guias Falangeiros do Orixá Xang,Caboclos de Xangô, falange do Oriente.
Guias mais comuns: Caboclos e Baianos.
Linha de OgumFalangeiros do Orixá Ogum, Guias Falangeiros do Orixá Ogum, Falangeiros em geral.
Linha de OxossiFalangeiros do Orixá Oxossi, Guias Falangeiros do Orixá Oxossi, Falangeiros em geral, guias mais comuns: Caboclos, Baoiadeiros e Baianos.
Linha de Almas ou Pretos-Velhos
(Linha Africana ou dos Ancestrais - Babalorixás, Yalorixás, Sacerdotes diversos)
Interagem com a Linha do Orixá Omulu.Pretos-velhos.
Linha de OmuluObaluayêPretos-velhos e Caboclos, curadores e mandingueiros,
Exus e Pombogiras.

Outras linhas conhecidas em outras ramificações da Umbanda:

Linha
Linha de Oxalá
Linha de Iemanjá ou Yemanjá
Linha de Xangô
Linha de Ogum
Linha de Oxossi
Linha de Yorimá (ou Omulu)
Linha de Yori (Crianças)
Ramificação mais comum de sua utilização: Umbanda esotérica, algumas Umbandas brancas, algumas Umbandas populares.
Linha
Linha de Oxalá
Linha de Iemanjá ou Yemanjá
Linha de Xangô
Linha de Ogum
Linha de Oxossi
Linha de São Cipriano (Pretos-velhos)
Linha de Oriente
Ramificação mais comum de sua utilização: algumas Umbandas brancas, algumas Umbandas populares.
As falanges dentro das Linhas
As falanges são formadas por grupos de características iguais chamados guias, assim temos os seguintes grupamentos dentro da Umbanda:
  • Pretos-velhos
  • Caboclos
  • Crianças
  • Boiadeiros
  • Marinheiros
  • Exus
Outras falanges trabalhadas em outras ramificações da Umbanda:
  • Baianos
  • Ciganos
  • Orientais
  • Mineiros

Os guardiões do terreiro Entidades de segurança nos Templos de Umbanda

 Temos que começar a mudar nossos conceitos de Exú e Pomba Gira. Vamos a partir de agora ver o Exú e a Pomba Gira como aquela polícia que guarda e toma conta das ruas obedecendo sempre uma hierarquia de comando, que é o Exú chefe do Terreiro, e acima dele os guias chefes da Casa. Podemos também ver os Exús como aqueles lixeiros alegres que passam pelas ruas recolhendo toda a “sujeira”. Vêm com brincadeiras e algazarras, mas fazem um trabalho enorme em benefício da sociedade, que diga-se de passagem é muito pouco reconhecido. E as Pomba-giras seriam  as “margaridas” mulheres que trabalham também na limpeza de nossas ruas e nossa cidade, exercendo a sua profissão com presteza e determinação. Assim como devemos ter um conceito mais respeitoso do Exú, devemos também dedicar mais respeito aos trabalhos das Pombas Giras, deixando de encará-las como mulheres vulgares e da vida, que só vêm “para arranjar casamento” ou o que é pior, para desfazer casamentos... Isto é uma coisa absurda e vulgar... O trabalho da Pomba Gira é sério.  É também um trabalho de descarrego, de limpeza, de união entre as pessoas. De abertura dos caminhos da vida, seja do ponto de vista material, mental ou espiritual.
    O que é esse lixo? 
  • Nossa sociedade desigual, perversa e preconceituosa. 
  • Nossas ações. 
  • Nossas emoções negativa se sobrepondo a nossa capacidade de amar.
        Por isso devemos respeitar ao máximo o trabalho dos Exús, levando-os a sério e não os desrespeitando e nem os menosprezando. 
        Sabendo que a religião_de_Umbanda, segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas é “A manifestação do espírito para a prática da caridade”, qual a principal função desempenhada pelos Exús nos nossos Templos, Terreiros, Casas ou Centros?
        Na Umbanda o Exú é uma Entidade (alma) que cuida da Segurança da casa e de seus médiuns. Todas as religiões tem entidades que cumprem esse papel. Um bom exemplo disso são as comunicações recebidas por Chico Xavier e Divaldo Franco mostram a existência  desses espíritos trabalhando também no Plano Astral *.
        A reunião de Exú ou Gira de Exu tem como finalidade descarregar os médiuns e os consulentes. Unindo suas energias eles são capazes de entrar em contato e orientar mais facilmente com almas que ainda não encontraram um caminho. Estas almas vivem entre os encarnados, prejudicando-os, obsidiando-os e até mesmo trazendo-lhes um desequilíbrio tão grande que são considerados loucos. Para este trabalho eles necessitam muito de nosso equilíbrio e de nossa energia. Nosso equilíbrio é utilizado por eles no momento em que as entidades sofredoras se manifestarem com ódio, rancor, raiva, para que tenhamos bons pensamentos e sentirmos verdadeiro amor e harmonia para que desta maneira as desarmemos e não as deixemos tomar conta da situação e, quem sabe, até as persuadir a mudarem de caminho libertando-se assim do encarnado ao qual está ligada; nossa energia é utilizada em casos em que estas almas estão sofrendo com o desencarne, tristes, com dores, humilhadas, desorientadas, assim eles transformam as nossas energias em fluidos balsâmicos que as ajudam, em  muito, na sua recuperação. Muitas destas almas desorientadas não conseguem nem se aproximar dos Terreiros de Umbanda pois os Exús da Tronqueira ficam encarregados de fazerem uma triagem liberando a passagem apenas das almas que eles percebem já estarem prontas para o socorro **, ou seja, prontas para seguirem um novo caminho longe do encarnado ao qual estava apegada. Este trabalho_de_separaçãoé feito por eles com muito empenho e seriedade e será muito melhor sucedido se o encarnado der continuidade ao mesmo, quando menos melhorando os seus pensamentos e se livrando da negatividade e do medo. Os Exús são almas que riem, fazem troça, mas não brincam em serviço. Por este motivo, gostaríamos que os médiuns tivessem por eles o maior respeito e consideração, pois são eles são os nossos guardiões e da Gira, reponsabilizando-se pela limpeza dos fluidos ou energias mais pesadas. Cada pessoa que entra em uma casa de Umbanda traz consigo seu saco de lixo cheio (são seus pensamentos, suas raivas, suas desilusões...) e são os Exús os trabalhadores encarregados de juntarem todos estes sacos para descarregar, dando a cada um de nós a oportunidade de diminuirmos o nosso lixo e facilitando nossas próximas limpezas. Cada vitória nossa é para estas Almas trabalhadoras um passo no caminho do desenvolvimento.
        A saudação aos Exus: A saudação ao Exú é LARÓYÈ = salve, que também quer dizer salve compadre, boa noite “moça”. Exú é MOJUBÁ - Moju (Viver a noite) Bá (armar emboscadas) ou seja “armar emboscadas vivendo a noite”.  Mas na Umbanda o trabalho dos Exús é o de guardião. Assim ao cumprimenta-lo estamos dizendo: Salve aquele que vive à noite e que arma emboscadas. Assim estamos reconhecendo seu poder e ao mesmo tempo estamos pedindo “Àquele que vive a noite, que nos livre das emboscadas”.
        Transcreveremos abaixo, parte da entrevista gravada com o Sr. Zélio Fernandino de Morais no dia 22 de outubro de 1970, que faz algumas referências aos Exus. Fita de Nº 50 da Biblioteca da Casa Branca de Oxalá. Gravação feita com a voz de Zélio de Moraes, quem anunciou a Umbanda (Caso haja interesse em aprofundar neste assunto, escreva paravianasolano@uol.com.br)

  • Pergunta: Sr. Zélio, é sobre o trabalho dos Exús. Existem tendas que dão consultas com Exús em dias especiais além das consultas normais de Pretos Velhos e Caboclos. Como o Sr. vê isso?
    Zélio: Eu sei disto, que há muitas tendas que trabalham com Exús, eu não gosto porque é muito fácil se manifestar com Exú, qualquer pessoa médium, um mal médium se manifesta com Exú, basta ter um espírito atrasado; ou também fingindo um espírito, por isso não gosto e fujo disto, na minha tenda não se trabalha com Exú por qualquer motivo.
      (Nesta pergunta, quando o Sr. Zélio diz “na minha tenda não se trabalha com Exú por qualquer motivo”, pode-se notar então que o trabalho do Exú é um trabalho “especial” e que não está aí para ser mistificado, por isso deve-se ter respeito e preservá-lo.)
     
  • Pergunta: Mas o Sr. não considera o Exú um espírito trabalhador como todos os outros Orixás?
    Zélio: Depois de despertado, porque o Exú é um espírito admitido nas trevas, depois de despertado, que ele dá um passo no caminho da regeneração é fácil ele trabalhar em benefício dos outros. Assim eu acredito no trabalho do Exú.
      (Nesta pergunta, quando o Sr. Zélio diz “depois de despertado, que ele dá um passo no caminho da regeneração é fácil ele trabalhar em benefício dos outros”, pode-se notar que estas almas pretendem um local melhor, pretendem uma posição melhor e para isto escolheram o trabalho da caridade nas casas de Umbanda.) 
  • Pergunta: Não haverá casos em que outros Orixás vibrando em outras linhas não possam resolver de imediato alguns problemas de filhos e, não seria o Exú aí o mais indicado para resolver, por estar mais perto materialmente, por estar mais aceito nos trabalhos materiais?
    Zélio: O nosso chefe, “o Caboclo das Sete Encruzilhadas” nos ensinou assim, isto faz 60 anos, que o Exú é um trabalhador. Como na polícia tem soldado, o chefe de polícia não prende, o delegado não prende, quem prende são os soldados, cumprem ordens dos maiorais, então o Exú é um espírito que se encosta na falange, que aproveita para fazer o bem, porque cada passo para o bem que eles fazem vai aumentando a sua luz, de maneira, que é despertado e vai trabalhar, que dizer, vai  pegar, vai seduzir este espírito que está 
    obsedando alguém, então este Exú vai evoluir. É assim que o Caboclo das Sete Encruzilhadas nos ensinava.
     
  • Pergunta: De que modo o Exú é um auxiliar e não um empregado do Orixá ou vice-versa?
    Zélio: Eu não digo empregado, mas é um espírito que tende a melhorar, então para ele melhorar ele vai fazer a caridade junto com as falanges, correndo em benefício daqueles que estão obsidiados, despertando e ajudando a despertar o espírito para afasta-lo do mal que ele estava fazendo, então ele se torna um auxiliar dos Orixás.
            (Nestas duas perguntas ele deixa claro que os Exús são a polícia espiritual das casas de Umbanda e que trabalham ligados às falanges das  Sete Linhas de Umbanda que trabalham nos Templos. Por este motivo é que a presidência da Casa Branca de Oxalá e a sua Chefia  Espiritual  selecionam os médiuns que vão fazer a Obrigação de Exú. É um cuidado e um respeito tanto com eles como com os médiuns).
        Cada médium que passa por esta Obrigação vai colaborar com eles acrescentando energia e equilíbrio ao trabalho que eles executam. É por este motivo que tantas vezes é falado que devemos ter cuidado com nossos pensamentos e pedidos, pois eles são energias. Os Exús precisam das nossas energias positivas para que possam desempenhar melhor o seu trabalho.
        Nota: Os médiuns que vão fazer a obrigação de Exú devem permanecer em estado de seriedade, afastando-se de bebidas, festas, que neste caso exercem uma atração para as almas desorientadas. A função da obrigação de Exú é basicamente para fazer com que o Exú assuma no campo a função principal de guardião do médium, desde que este se comporte a altura de sua amizade e respeito.

Bebidas: Gostam muito de  bebidas voláteis e o aguardente está entre elas ao qual dão o nome de malafo ou marafo, conhaque, cerveja e outras bebidas fortes. As Pomba-giras gostam de anis e champanhe. Não há necessidade de o médium ingerir a bebida, pois a mesma pode ficar num copo e o Exú ou Pomba-gira trabalhar com a sua energia utilizando  o conteúdo astral da bebida.

Comidas: Os Exús e Pomba Gira gostam de farofa, dendê, cebola, pimenta, limão, semente de mamona, e as Pombas Giras de enfeites e adornos, sem contar que gostam muito se suas oferendas enfeitadas com Rosas Vermelhas.

Alguns Nomes de Pomba Gira: Pomba Gira do Cruzeiro, do Cais, da Calunga, do Cemitério, Padilha, Mulambo, Cigana, Ciganinha, da Calunga, Maria Bonita, Rosa Maria, Maria Rosa, Maria Rita, Rosa vermelha, Rosa do cruzeiro, Sete Véus, Sete cravos, da Encruza..

Alguns Nomes de Exú: Sete Encruzilhadas, Veludo, Caveira, Tranca Ruas, Caveirinha, Exú Campina, Exú do Cruzeiro, Calunga, do Lodo, Lalu, da Madrugada, da Meia Noite, Mangueira, Mulambo, Mulambinho, Malandro, Malandrinho, Gira Mundo, Tiriri, Marabô, Sete Capas, Cadeado, dos Rios, da Cachoeira, dos Ventos, da Praia, Quebra Galho, Sete Covas, Sete Catacumbas, Sete Luas, Sete Sombras, Três Punhais, Três Cruzes, Sete Chaves, Tranca Tudo, Tira Teima, Zé Pilintra e muitos outros.

Hierarquia dos Exús: Os Exús e Pomba-giras prestam obediência ao Chefe da Casa. No caso da Casa Branca é o Exú das Sete encruzilhadas.

Exú Tronqueira: Não confundir o trabalho do  Exú guardião com o trabalho do EXÚ TRONQUEIRA. O Exú Tronqueira  é aquele que guarda o Terreiro e passa por uma triagem às pessoas que entram no Terreiro. Por isso a sua casa  é colocada junto à porta de entrada e é a primeira a ser saudada. Todos devemos ter o máximo de respeito do Exú Tronqueira, pois se uma Gira corre bem e firme devemos agradecer principalmente a ele.
        
        O quadro abaixo traz a vinculação dos Exús às Linhas e o significado do seu nome. 

 OS EXÚS, SEUS NOMES E SEUS SIGNIFICADOS OU REPRESENTAÇÃO
SETE LINHASEXÚ GUARDIÃOSIGNIFICADO DO NOME
OXALÁSETE ENCRUZILHADASRepresenta os diversos caminhos abertos em nossas vidas; representa ainda o livre-arbítrio professado na religião de Umbanda e conseqüentemente nossa liberdade na escolha de nosso próprio caminho.
IEMANJÁ E NANÃMARABÔMA: Verdadeiramente  
RA: envolver  
ABÔ: proteção  
Aquele que envolveu perfeitamente com sua proteção ou Salve aquele cuja força protege
OMOLUCAVEIRA
Representa nossa mais profunda transformação, aquela onde nossa parte material já se encontra em profunda degradação e, no entanto, nossa alma permanece em evolução.
OXOSSI E OSSÃESETE CAPASRepresenta o momento de transição final; é o Exú da hora da passagem; responsável pelo corte do cordão fluídico no momento final dos filhos de Umbanda.
XANGÔ E IANSÃTIRIRITI: com grande força  
RIRI: valor e mérito.  
Aquele que protege com grande força aos que tem valor e mérito.
OXUM E OXUMARÉVELUDORepresenta a doçura, a delicadeza mas também a força, a resistência. Representa ainda a riqueza material e espiritual trazidas pela Linha à qual serve.
OGUM E IBEJITRANCA-RUASRepresenta um grande poder de defesa para aqueles que a ele se dirigem; defesa contra aqueles que nos desejam o mal, contra nós mesmos e contra aqueles pensamentos e ações que tendem a impedir nossa evolução.